quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Fraternidade e Saúde Pública


Tradicionalmente, na Quarta-Feira de Cinzas (encerramento do Carnaval), a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil lança a Campanha da Fraternidade. Este ano, também participam diversas igrejas cristãs. O tema é provocante: “Fraternidade e Saúde Pública”; o lema é incendiário: “Que a saúde se difunda sobre a Terra”.
Esta é uma área preocupante para países do Terceiro Mundo ou emergentes (como é considerado o Brasil), assim como educação, moradia, segurança... A forma colocada pela Igreja Católica permite um olhar sobre a saúde pessoal, coletiva, assim como o instrumental colocado a serviço da população para que possa ter saúde física e psíquica.
Embora o tema seja bem claro: “saúde pública”, aquela que, conforme a Constituição Federal, é um direito de todo o cidadão e deveria ser propiciada pelo Estado, também se deve olhar para a forma como muitas instituições – inclusive a própria Igreja Católica – atuam nela. Recentemente, numa reunião, foi dito por um religioso que os diversos serviços de saúde mantidos pela Igreja através de Universidades, por exemplo, poderiam corresponder ao atendimento de até 40 por cento da população.
Olhar para o sistema único de saúde é olhar para algo que já conhecemos, na maior parte, com grandes dificuldades e, em muitos casos, negando o elementar direito à vida. Será que basta? Os analistas da área dizem que um eficaz sistema de urgência e emergência é muito difícil e o que precisamos é de prevenção. Nesta aposta, encontram-se os grupos que praticam algum tipo de atividade física ou mesmo os atendimentos médicos e de enfermagem domiciliares, capazes de evitar que muitos casos se agravem.
Há a necessidade de pensar os espaços cristãos. São muitas as paróquias e comunidades com espaços ociosos. Também é verdade que muitos cursos de fisioterapia e de educação física procuram onde fazer a aplicação daquilo que aprenderam na teoria. Talvez este não seja o momento de reinventar a roda. Quem sabe somar dois com mais dois dá um simples quatro, ou seja, juntando estruturas com potencial e alunos com grandes expectativas? A saúde de todos nós, com certeza, agradeceria.

Manoel de Jesus – Professor de Comunicação da Universidade Católica de Pelotas

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